PROPOSTAS DE TRABALHO EM SONALATA
CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOSMUSICAIS COM LATAS DE AÇO


“Mais do que criar alternativas para a falta de recursos, a construção de instrumentos musicais desenvolve nos indivíduos a capacidade de perceber música em todos os sons, diferenciando os resultados obtidos com diversos materiais, estimulando a criatividade e a resolução de problemas”.
Daniel Gohn, 2006

PASSOS DO TRABALHO
3.1 Exercícios preparatórios


“Como todas as criaturas jovens são incapazes de conservar em repouso os seus corpos e suas vozes, como precisam movimentar-se constantemente e fazer ruídos de alegria, precisam correr, saltar, dançar e emitir toda espécie de gritos”.
Platão (Leis, II, 653) citado por Huizinga, 2004

Antes de iniciar o trabalho, propriamente dito, de construção de instrumentos musicais, é importante o professor ou pessoa que esteja coordenando esta atividade, realize com os alunos da equipe alguns exercícios de descoberta de sons e fontes sonoras, como por exemplo:

. Percepção da paisagem sonora - passear no páteo da escola ou em algum jardim próximo e pedir para que os alunos anotem, gravem e desenhem “mapas”, que registrem suas observações sonoras - o máximo de sons e ruídos que conseguirem captar nessa “expedição”.

Depois, já em sala, fazer com que compartilhem os resultados entre si, conversem a respeito da paisagem sonora contemplada por cada um, e também a respeito da  ligação que existe entre  silêncio, ruidos, sons e música. Uma das funções desse exercício será “reforçar o vínculo de cada um com o espaço em que vivem e convivem”.

“Perceber gestos e movimentos sob a forma de vibrações sonoras é parte de nossa integração com o mundo em que vivemos - a partir disso podemos entender a nossa paisagem sonora, um mundo musical ao qual estamos sempre cercados. (...)  A paisagem sonora já faz parte muito cedo da vida das crianças, (...) esse contato com o mundo de vibrações já se dá desde a sua vida uterina”.
Teca Alencar de Brito

Nessa conversa podem-se incluir ainda dois pontos importantes: a medida do som e os perigos da poluição sonora.

A medida do som
A intensidade dos sons é medida em bel, unidade de medida escolhida em homenagem a Alexander Graham Bell, inventor do telefone.  Na  prática, usa-se um submúltiplo, o decibel (db), que vale 0,1 bel (b) ou um décimo de um bel.
Fonte: www.sonotec-acustica.com.br/poluicaoson

Perigos da poluição sonora para a audição
Passar muito tempo exposto a sons muito intensos pode provocar alterações permanentes no ouvido, dores e até mesmo a perda da audição(...) Segundo especialistas, depois de se passar 2 horas escutando música em um nível sonoro de 80 db, seria necessário descansar os ouvidos por outras 2 horas, para evitar a fadiga dos mesmos.
Fonte: César Coll & Ana Teberosky in Aprendendo Arte, p.97.  

. Na sala de aula ou no laboratório, pesquisar junto com os alunos - começando com grupos pequenos - as maneiras como eles podem produzir sons e ruídos, usando a voz, percutindo partes do próprio corpo e usando objetos existentes no local; depois, o professor poderá “reger” uma improvisação com a turma toda, usando sons e ruídos descobertos por cada grupo.

“Em sentido amplo, improvisar em música é sinônimo de brincar musicalmente. Quando improvisamos, brincamos de organizar os sons, inventando a cada momento, e utilizando-os com a intenção de expressar algo.

Mas improvisar não é simplesmente deixar-se levar para ver o que acontece. Ao contrário, requer concentração e atenção e, da mesma forma que nas brincadeiras, respeitar “regras” que podem ser musicais ou extramusicais”(,,,)
Coll & Teberosky, 2000

. Outros exercícios e jogos musicais poderão ser realizados com os alunos, já com mais materiais e latas de aço que os mesmos coletarem em casa e trouxerem na próxima oportunidade marcada, a fim de que comecem a descobrir sons, possíveis fontes sonoras e prestar mais atenção neles, escutando mais do que apenas ouvindo.

Escutar não é o mesmo que ouvir

“Para se ouvir, basta estarmos expostos ao mundo sonoro e possuirmos aparelho auditivo em funcionamento. Nunca cessamos de ouvir, de receber as impressões dos ruídos e dos sons. Já escutar envolve interesse, motivação e atenção. É uma atitude mais ativa que apenas ouvir, pois selecionamos no mundo sonoro, aquilo que nos interessa.

(. . .) A escuta envolve também a ação de entender e compreender, ou seja, de tomar consciência daquilo que se captou através dos ouvidos”(,,,)

Fonte: Nicole Jeandot in Explorando o Universo da Música p.21

Publicar no blog de ZIP ZAP ZUP o processo de experimentação de sons, de modo a conter registros fotográficos, tape e/ou  vídeo,  assim como alguns depoimentos dos participantes.

“A MÚSICA NOSSA DE CADA DIA”  

O professor responsável por este trabalho poderá apresentar a seguir o PPT “A Música nossa de cada dia” para a equipe, procurando tirar o máximo proveito de seu conteúdo, e provocar comentários dos alunos a esse respeito.

3.3 Pedir um pequeno relato da apresentação para  os alunos, por escrito, será de muito proveito, fazendo algumas perguntas que suscitem a reflexão, como exemplo:

. O que a apresentação “A Música nossa de cada dia” trouxe de novo para você?
. Que assunto o PPT mostrou e que você  já tinha conhecimento?
. O que achou mais interessante nessa apresentação?
. O que faltou nesse PPT; o que foi mais difícil de entender; em que aspecto gostaria de ter maiores explicações?
. Essa apresentação foi suficiente para motivar os trabalhos de construção de instrumentos musicais?
. O que mais você gostaria de falar?

3.4 Também a apresentação e discussão dos vídeos sobre Música, sugeridos abaixo, acreditamos ser de muita serventia para o melhor entendimento dos trabalhos de Sonalata.

Alguns desses relatos (ou todos) poderão ser transcritos no blog de publicações de ZIP ZAP ZUP.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BENNET, Roy. Uma breve História da Música – Cadernos de Música da Universidade de Cambridge. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação Infantil – propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, 2003 - 2ª edição.

COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte – Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Editora Ática, 2000.

DOHME Vania. Atividades Lúdicas na Educação. Petrópolis:  2004 – 2ª edição

GUIA, Rosa Lúcia dos Mares; FRANÇA, Cecília Cavalieri. Jogos Pedagógicos para Educação Musical. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. São Paulo: Editora Scipione, 1990.

KLEIN, Thomas Martin. Instrumentos musicales para niños. Barcelona: Ediciones CEAC, 1991.

SWANWICK, Keith. Ensinando Música musicalmente. São Paulo: Editora Moderna, 2003.

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido – uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

OUTRAS REFERÊNCIAS
CASH, T. Som. Trad. André Guilherme Polito. São Paulo: Melhoramentos, 1991
(Ciência Divertida).

GIBSON, G. Brincando com sons. Trad. Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1996 (Experiências).

KANER, E. Ciênciacom sons. Trad. Alexandre Ramires. Lisboa: Gradiva, 1993.

KARÓLY, O. Introdução à música. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

KOELLREUTTER, H.- J. Terminologia de uma nova estética da música. Porto Alegre: Movimento, 1990.

MONTANARI, V.; CUNHA, P. Nas ondas do som. São Paulo: Moderna, 1996 (Desafios).

SCHAFER, M. O ouvido pensante. Trad. Marisa Trench de O. Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva, Maria Lucia Pascoal. São Paulo: Editora Unesp, 1991.  

APOIO
Professor@s de Português, de Música, Educação Artística, Ciências e Matemática, alun@s monitores/ alun@s musicistas e ainda musicistas da comunidade escolar/local que desejarem cooperar na criação do jingle do lataço, serão muito bem vind@s, no momento de realização desta atividade em Sonalata.  

TUTORIAL - CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS COM LATAS DE AÇO

PROPOSTAS DE TRABALHO EM SONALATA
CRIAÇÃO DE JINGLES E CONCURSO ABEAÇO

O trabalho extra a se realizar, será a criação do jingle do lataço. Para tanto, a equipe deverá passar por algumas etapas importantes para a elaboração dos mesmos.

A equipe, depois de montada, deverá escolher um nome e um logo que a representarão durante toda a participação na Atividade Lúdica.

O que é Jingle?
Jingle
é uma mensagem publicitária musicada e elaborada com um refrão simples (ou slogan) e de curta duração, a fim de ser lembrado com facilidade. Em outras palavras, um jingle é feito com letra e melodia cativante, e pode ser transmitido em rádio,  na televisão ou outra mídia. Um jingle eficiente é feito para  ficar “preso" na memória das pessoas. Por isso é tão comum que as pessoas lembrem de jingles que não são mais transmitidos há décadas.

PASSOS DO TRABALHO
O trabalho com jingles poderá ser realizado somente com os alunos da equipe de ZIP ZAP ZUP ou com todos aqueles que desejarem participar.

E.1. Antes de iniciar o trabalho propriamente dito com jingles, é interessante se saber um pouco sobre o que significa esse recurso publicitário e sobre sua história. (Ver abaixo ou colocar hiperlink)

E.2. Será interessante, também, ouvir vários jingles memoráveis da propaganda brasileira, para se saber como eles funcionam.  Isso pode ser feito através dos sites indicados abaixo ou ainda com a ajuda dos pais e avós, que provavelmente guardam na memória alguns jingles interessantes. Essa pesquisa de jingles nas famílias é muito interessante, e  poderá resultar em ótimas gravações!

E.3. Depois será o momento de se pensar na criação do jingle e, para tanto sugerimos as etapas:

. Qual é o tema a ser desenvolvido?
. Decidir se música e letra do jingle serão inusitadas ou se aproveitará algum elemento já conhecido (poesia/ música) para se fazer uma paródia (veja abaixo o que é uma paródia ou colocar hiperlink)
. Dividir a equipe em grupos e fazer um brainstorming (colocar hiperlink com brainstorming explicado em Akilata) com os mesmos, para listar as características ou qualidades das “latas de aço” importantes a se realçar.
. Compartilhar as ideias colocando-as todas em um mesmo painel ou quadro negro, selecionando as melhores (com a equipe toda) e registrando outras que surgirem no momento.
. A partir dessas palavras (características/qualidades do lataço), criar slogans (ou frases de efeito, de fácil memorização, que às vêzes, também são denominadas “gritos de guerra”). Esses slogans poderão resultar no “refrão” do jingle, ou seja, parte do jingle que é repetido algumas  vêzes.
. Com as frases obtidas, procurar aquelas que sugiram uma sequencia, e tenham coerencia entre si, a fim de poder montar o jingle. Buscar a formação de rimas.
. Essas frases (slogans), conjuntamente com a experimentação dos instrumentos musicais, em sons ritmados, provavelmente irão ajudar na criação de um ou vários jingles.
. Lembrar que o jingle deverá ter sons originados dos instrumentos musicais, já construidos com latas de aço.
. Escolher o jingle que irá representar a escola (o que pode ter a ajuda da comunidade)
. Registrar a melodia e a letra do jingle (pode ser em tape ou vídeo). @ Professor@ de inglês poderá ajudar na versão do jingle criado para o inglês.
. Verificar o Regulamento do Concurso ABEAÇO de Jinglese inscrever a escola. Aguardar o local de publicação específico.

Um pouco da história dos jingles
O primeiro jingle foi produzido em 1926, nos EUA para divulgação de um cereal  matinal “Wheaties”, cujo slogan principal era "Para um café da manhã de campeões". O auge do jingle nesse país foi na década de 50, usado para a divulgação de diversos produtos, como doces, cigarros, bebidas, automóveis, produtos de higiene pessoal e cosméticos.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jingle

No Brasil a história dos jingles  se confunde com a história do rádio. A primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, foi fundada por Roquette Pinto e Henrique Morize, em 1923, mas somente em 1932, quando a publicidade no rádio foi autorizada pelo governo, é que apareceu  o 1º jingle do rádio brasileiro -  o da “Padaria Bragança” - apresentado na estréia do programa de Ademar Casé na Rádio Philips, a quem se deve também a criação:

"Oh! Padeiro desta rua/Tenha sempre na lembrança/Não me traga outro pão/Que não seja o pão Bragança..."

Fonte: http://www.microfone.jor.br/historia.htm

Ouçam  alguns jingles antigos
http://www.youtube.com/watch?v=BdiuScLxjcg

Alguns “jinglistas” aproveitam músicas já existentes e fazem seus jingles com paródias das mesmas, ou seja, mudam a letra ou alguma parte da música já existente. Ouça, por exemplo, o jingle criado para a goma de mascar “Babaloo Banana” em 1991, que é uma paródia da música “Banana Boat Song” gravada por Harry Belafonte, em 1954:

“Nada mais gostoso que um Babaloo Banana… O chiclé cheio de sabor!… Ê! Que recheio… Babaloo Banana que chegou!… Nada mais gostoso que um Babaloo Banana… O chiclé cheio de sabor!”…

O que é uma Paródia?
Paródia
é a recriação de um texto, geralmente conhecido, de forma a lhe dar um caráter contestador, zombeteiro, humorístico e um novo sentido, aproveitando alguns dos seus elementos. Isso pode acontecer em textos verbais, não verbais e também na música. Nas Artes Plásticas a paródia é mais conhecida como “releitura”.

Saiba mais sobre Paródias e Releituras

Vejam abaixo os vários “filhos” ou releituras feitas por outros artistas a partir do “Poema de Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade:

POEMA DE SETE FACES
(1ª estrofe)
Carlos Drummond de Andrade
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. (...)


ATÉ O FIM
Chico Buarque de Hollanda
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim. (...)


COM LICENÇA POÉTICA
Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira. (...)  

Veja abaixo releituras de Monalisa ou Gioconda de Leonardo da Vinci, feitas por outros pintores: Botero, Picasso e Warhol.

Monalisa
de Leonardo da Vinci

Monalisa
por Fernando Botero

Monalisa
por Pablo Picasso

Monalisa
por Andy Warhol

APOIO
Professor@s de Português, Música, Educação Artística, História, Inglês, alun@s monitores/ alun@s musicistas e ainda musicistas da comunidade escolar/local que desejarem cooperar na criação do jingle do lataço, serão muito bem vind@s, no momento de realização desta atividade em Sonalata.

Clube do Jingle
http://www.clubedojingle.com/

MP3 Jingle Babaloo Banana
http://www.escutaisso.com.br/publicidade/jingle  

Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=i2gw41avTQU

Audio Studio - Jingles para ouvir
http://www.audiostudio.com.br/v02/component

História dos Jingles
http://lazer.hsw.uol.com.br/jingles1.htm

Linha do tempo do rádio
http://www.microfone.jor.br/historia.htm  

Paródia
Guia de produção textual PUCRJ
http://www.pucrs.br/gpt/parodia.php

Alunos on line
http://www.alunosonline.com.br/portugues/parodia/

Alguma poesia - Os filhos do anjo torto
http://www.algumapoesia.com.br/drummond

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